sábado, 19 de abril de 2008

Para Um Amigo Tenho Sempre Um Relógio

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa

1 comentário:

Anónimo disse...

António Ramos Rosa... um dos meus poetas preferidos.

"De mais ninguém, senão de ti, preciso:
Do teu sereno olhar, do teu sorriso,
Da tua mão pousada no meu ombro.
(...)"

Amizade - Carlos Queirós, in "366 poemas que falam de amor"