Inteligência, beleza, vivacidade e extrema simpatia, serão incompatíveis ou poderão coexistir numa só pessoa?
Esconder-se-á Avalon algures nesse belíssimo Arquipélago dos Açores? Depois de conhecer Manuela Juliano e indagar do seu percurso, inclino-me a pensar que sim!
Nascida em Angra do Heroísmo, licenciou-se em Ciências Geofísicas, especializando-se em Oceanografia Física na Faculdade de Ciências da Universidade Clássica de Lisboa. É Professora e Investigadora do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, desenvolvendo o seu trabalho no Laboratório de Ambiente Marinho e Tecnologia.
A sua tese de doutoramento representa o culminar de um aturado trabalho que se prolongou por vários anos, e veio demonstrar que os Portugueses ainda conseguem revelar novos mundos ao Mundo. Tendo por objecto de estudo as correntes do Atlântico Sul, e utilizando um novo modelo matemático de determinação de correntes oceânicas que ela própria desenvolveu, Manuela Juliano descobriu ( sim, leram bem, descobriu!) em 2003 uma nova corrente, que baptizou com o nome de Santa Helena - ilha que lhe fica mais próxima, também descoberta por portugueses, onde Napoleão terminou os seus dias, em cativeiro às mãos dos Ingleses.
Cereja no topo do bolo: a corrente de Santa Helena é a corrente-espelho da corrente... dos Açores.. Ressonâncias do princípio Ying Yang que gere o nosso planeta? Pessoalmente, não acredito em coincidências..
Mas não é tudo: na sua tese de doutoramento, para além de revelar ao Mundo a Corrente de Santa Helena, Manuela Juliano desvendou a parte final do percurso da Corrente do Atlântico Sul, e a estrutura vertical em profundidade da Corrente do Brasil. No âmbito do seu trabalho, tem vindo a compilar uma base de dados única no mundo, contendo preciosas informações - dados de temperatura e salinidade medidos em função da pressão, que permitem medir as correntes do oceano - dados esses a disponibilizar à comunidade científica internacional via Internet.
“Questionei-me porque foi que dei com a corrente, ela existe, está lá, porque é que não foram os ingleses ou os franceses, ou os americanos que têm muito mais meios para isso. Mas, de certa maneira, fico contente porque foi uma Açoreana, sendo que há um conjunto de trabalho por trás, com várias pessoas envolvidas”.
Nós também ficamos contentes. Eu sei que fiquei! Aqui fica a minha singela homenagem, que espero apenas peque por tardia.
Para mais, melhor, e a cores... é só clicar: Manuela Juliano
1 comentário:
"Não tenho nada mais a escrever sobre as ondas.
E mesmo que tivesse, ninguém leria o mar"
Natércia Freire
Não? Manuela Juliano... leu. Um orgulho!!
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