Deitada és uma ilha e raramente
surgem ilhas no mar tão alongadas
com tão prometedoras enseadas
um só bosque no meio florescente
surgem ilhas no mar tão alongadas
com tão prometedoras enseadas
um só bosque no meio florescente
*
promontórios a pique e de repente
na luz de duas gémeas madrugadas
o fulgor das colinas acordadas
o pasmo da planície adolescente
promontórios a pique e de repente
na luz de duas gémeas madrugadas
o fulgor das colinas acordadas
o pasmo da planície adolescente
*
Deitada és uma ilha que percorro
descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro
descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro
*
ou se te mostro só que me inebrias
Amiga amor amante amada eu morro
da vida que me dás todos os dias.
Amiga amor amante amada eu morro
da vida que me dás todos os dias.
*
David Mourão-Ferreira
1 comentário:
Assim não vale!! Tinha reservado este poema para comentar um eventual post sobre ilhas.
É LINDÍSSIMO!!!
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