quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo!


A Gerência de "Wahdi - Blog Unipessoal, Iltda."

deseja a todos os Amigos, Clientes e Fornecedores

um 2010 muito melhor do que aquilo que merecem.

(para compensar os anos em que ficaram mal servidos)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Good Fortune - PJ Harvey



Things I once thought
Unbelievable
In my life
Have all taken place

Forget Not Yet The Tried Intent


Forget not yet the tried intent
Of such a truth as I have meant;
My great travail so gladly spent,
Forget not yet.

Forget not yet when first began
The weary life ye know, since whan
The suit, the service, none tell can;
Forget not yet.

Forget not yet the great assays,
The cruel wrong, the scornful ways;
The painful patience in denays,
Forget not yet.

Forget not yet, forget not this,
How long ago hath been and is
The mind that never meant amiss;
Forget not yet.

Forget not then thine own approved,
The which so long hath thee so loved,
Whose steadfast faith yet never moved;
Forget not this.

Sir Thomas Wyatt

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Raimundos - Papeau Nuky Doe

Os Ombros Suportam o Mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

Herman José - José Severino

domingo, 20 de dezembro de 2009

A Late Walk


When I go up through the mowing field,
The headless aftermath,
Smooth-laid like thatch with the heavy dew,
Half closes the garden path.

And when I come to the garden ground,
The whir of sober birds
Up from the tangle of withered weeds
Is sadder than any words

A tree beside the wall stands bare,
But a leaf that lingered brown,
Disturbed, I doubt not, by my thought,
Comes softly rattling down.

I end not far from my going forth
By picking the faded blue
Of the last remaining aster flower
To carry again to you.

Robert Frost

"Mein Führer! I can walk !!!"

sábado, 19 de dezembro de 2009

The Gryphon


The gryphon stands alone upon the mountain top,
watching the valley below its nest upon an old gray rock.
Seeing all with eagle eyes in the valley below,
thinking thoughts within its mind that no mortal man will know.

The air is split with its roar as it spreads its mighty wings,
and soars over the valley, its air fresh with spring.
It flies higher than the mountains, the wind rushing through its mane,
A true prince of the air, a beast no man can tame.

To a stream hidden by all, lands this fearsome beast,
to bathe in the cool clear water, and of fish does it feast.
It then lays in the sunlight, warmed by the breath of spring,
and falls asleep in the sun, there by the hidden stream.

When it awakes and stands , no figure is more proud,
than the gryphon walking alone, as silent as a cloud.
With grace untold it does run, and with a mighty leap,
it takes to the air on silver tipped wings, back to its mountain keep.

There upon the mountain high above the clouds,
stands a gryphon, all alone, ever brave and proud.
Thinking thoughts no mortal man can ever hope to know,
and seeing all with eagle eyes in the valley below.


Sean D. Rasmussen

Grifo



O Grifo é um animal mitológico com cabeça e asas de águia, e corpo de leão. Fazia o seu ninho perto de tesouros e punha ovos de ouro sobre ninhos também de ouro. Outros ovos são frequentemente descritos como sendo de ágata.

A figura do grifo aparentemente surgiu no Oriente Médio onde os Babilónios, Assírios e Persas o representaram em pinturas e esculturas. Voltaire incluiu na sua novela "A Princesa da Babilónia" dois enormes grifos amigos de uma fénix, que transportaram a princesa na sua viagem. Na Grécia acreditava-se que os grifos viviam perto dos Hiperbóreos e pertenciam a Zeus. Em tempos mais recentes, a sua imagem passou a figurar em brasões.

O Grifo simboliza o signo zodiacal da Balança, atribuindo-se-lhe um senso de justiça apurado, valorizar as artes e a inteligência, e o domínio dos céus e do ar.

Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Avatar Soundtrack

Avatar - 3D


Só visto.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Palhaço


O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

Mário Crespo, in "Opinião" - Jornal de Notícias -14/12/09

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

De Profundis


O meu pai tinha quatro irmãs mais novas e um irmão que morreu pequenino, de meningite, por volta da idade em que tive essa doença. Parece que comecei com muita febre e horas depois estava em coma. Inexplicavelmente sobrevivi. Há de certeza pessoas que, pelo que vou dizer, me acharão tonto, mas ninguém me tira da cabeça que Santo António me salvou. E lá me levaram, aos sete anos, a Pádua, tocar no túmulo do Santo e fazer a primeira comunhão. A minha relação com Deus tem sido sempre tumultuosa, cheia de desacordos e discussões: longos períodos em que me afasto, alturas em que me aproximo, amuos, quase insultos, discussões. Creio firmemente que, nos livros que escrevo, é Ele que guia a minha mão e não passo de um instrumento da Sua vontade. Quantas vezes me vem à cabeça aquele pequenino poema de Sebastião da Gama: a corda tensa que eu sou o Senhor Deus é quem a faz vibrar; ai linda longa melodia imensa: por mim os dedos passa Deus e então já sou apenas som e ninguém se lembra mais da corda tensa. É que não escrevo assim tão bem, trabalho sem plano e quase me limito a assistir ao que vai ficando no papel. O meu único mérito é fuçar o dia todo, até ser apenas som. Componho-os numa espécie de febre, no fundo de um abismo em que me perco, cego e surdo, não resultam nunca de uma deliberação mental, um propósito, um plano definido. Não concordo com Jean Daniel, quando afirma que a única desculpa de Deus é não existir: há alturas em que o sinto tão fortemente em mim, alturas em que o sei tão longe. O cancro, por exemplo: o Henrique, que é um homem de Fé, diz que me salvei porque nasci com um sistema imunitário fenomenal. Palavras dele. No meu modesto entender esse sistema imunitário fenomenal tem um nome, e esse nome entendeu que eu ainda era necessário aqui. Para escrever, julgo, porque fora dos livros nada valho: os meus defeitos e as minhas imperfeições são enormes. Tão inteligente para umas coisas e tão estúpido para outras, espantava-se a minha mãe. Aborrece-me admitir que é uma excelente definição do António. Nunca fui uma criatura estruturalmente má: na verdade não passo de um aselha, um parvo, incapaz de lidar com as coisas mais simples do quotidiano, um imbecil desamparado. Se os meus amigos não tomassem conta de mim com tanto desvelo não estava aqui a escrever isto, pedia esmolas nos semáforos. Regressando ao princípio o meu pai teve um irmão que morreu pequenino, de meningite. Contou-me certa vez uma coisa que não esqueci nunca: era criança e tinha ido com o pai buscar os exames do irmão. Meningite tuberculosa, sentença de morte. Vieram para casa com o meu avô a guiar o automóvel, e o meu pai, sentado ao lado do meu avô, via as lágrimas descerem pela cara impassível. Todos os dias, na esperança do filho se salvar, a minha avó ia a pé das portas de Benfica à capelinha da Senhora da Saúde, o que nessa época, e com o estado das ruas de Lisboa, exigia um esforço enorme. Depois dos meus avós morrerem as minhas tias encontraram toda a roupa do irmão guardada num armário: não foram capazes de se desfazer dela, não quiseram desfazer-se dela. Já nenhuma das pessoas de que falei se encontra neste mundo: os meus avós, o meu pai, as minhas tias. Sobro eu e, em certo sentido, enquanto cá estiver eles continuam. Para quem pensam que escreve o imbecil desamparado? Para as lágrimas de um homem pela agonia do filho, para uma mulher a caminhar diariamente quilómetros na esperança de que Deus o curasse. No jazigo dos meus avós lê-se

Ao nosso Antoninho

e, de vez quando, vou lá às escondidas. Podem pensar na minha cretinice, não me rala, sinto-me bem junto deles. Os meus livros são isso: as lágrimas daquele homem, os passos daquela mulher. No caso de se aproximarem mais das páginas é o que realmente verão, em lugar de palavras impressas. E talvez vejam também o cretino a espreitar, comovido, pelas grades da porta.


António Lobo Antunes
In "Visão", 01.10.2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Badly Drawn Boy - Silent Sigh

Meninos da Sétima Rua


Tenho saudades do que é breve
e vai para além dos barcos.
Esvai com a alvorada.

Saudades do menino cálido,
que se perdeu nos campos
entre o cais e o beco
e a tenra ilusão dos fósseis.

Saudades daquele menino:
amante das ruas,
andarilho das tardes.
O meu menino.
Eu mesmo.

Rudinei Borges

sábado, 12 de dezembro de 2009

Há gente que não pode ver nada....




sweet...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

I Find no Peace


I find no peace, and all my war is done.
I fear and hope. I burn and freeze like ice.
I fly above the wind, yet can I not arise;
And nought I have, and all the world I season.
That loseth nor locketh holdeth me in prison
And holdeth me not—yet can I scape no wise—
Nor letteth me live nor die at my device,
And yet of death it giveth me occasion.
Without eyen I see, and without tongue I plain.
I desire to perish, and yet I ask health.
I love another, and thus I hate myself.
I feed me in sorrow and laugh in all my pain;
Likewise displeaseth me both life and death,
And my delight is causer of this strife.

Sir Thomas Wyatt

Radiohead - Bodysnatchers

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"Spring And By Summer Fall"


Tell me where you've seen my life
I look in your eyes and can only see my own complexion
Tell me where you've been my life
I've been watching you spring by summer fall when some one called

Tell me where you've seen my life
You've been biting my hands and knocking me down down to the ground
Tell me where you've been my life
I see only what you see, face who you face, be who you want to be

Clashing lies and clashing thighs
Clashing chasing changing minds
Tell me what you've seen tell me where you've gone
Tell me where you've been tell me what you saw

Clashing lies and clashing thighs
Clashing chasing changing minds
Tell me what you've seen tell me where you've gone
Tell me where you've been tell me what you saw

BLONDE REDHEAD - "23" - Abril, 2007

Blonde Redhead - Spring And By Summer Fall




Thanx a million, Flippy Flip!!!!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Afinal é fácil...

La Casa In Cui Ho Vissuto


La casa in cui ho vissuto
ha i sigilli alle porte.
Nel buio delle finestre
chiuse
la goccia non martella
più il secchiaio
ed il silenzio disegna ragnatele
sulle pareti nude.
Una sera
rimuginando i passi
in quella strada
l'ho trovata abitata.
E dentro c'ero io
così felice che m'è parso
un peccato disturbarlo.
E son tornato indietro.
Nella notte.

Pietro Bruno

Paolo Conte - Via Con Me

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Two


Memory of you is . . . a blue spear of flower.
I cannot remember the name of it.
Alongside a bold dripping poppy is fire and silk.
And they cover you.

Carl Sandburg

Radiohead - Last Flowers

Comovedora Conclusão

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Radiohead - Weird Fishes / Arpeggi



In the deepest ocean
Bottom of the sea
Your eyes
They turn me

Poemas De Um Livro Destruído

IV

Porque será que não há ninguém no mundo
Só encontrei distância e mar
Sempre sem corpo os nomes ao soar
E todos a contarem o futuro
Como se fôsse o único presente
Olhos criavam outras as imagens
Quebrando em dois o amor insuficiente
Eu nunca pedi nada porque era
Completa a minha esperança

Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 6 de dezembro de 2009

The Trickster - Radiohead

What Should I Say


What should I say,
Since faith is dead,
And truth away
From you is fled?
Should I be led
With doubleness?
Nay, nay, mistress!

I promised you,
And you promised me,
To be as true
As I would be.
But since I see
Your double heart,
Farewell my part!

Though for to take
It is not my mind,
But to forsake
[One so unkind]
And as I find,
So will I trust:
Farewell, unjust!

Can ye say nay?
But you said
That I alway
Should be obeyed?
And thus betrayed
Or that I wiste—
Farewell, unkissed.

Sir Thomas Wyatt (1503–1542)

sábado, 5 de dezembro de 2009

Pensamento


"Love doesn't make the world go round. Love is what makes the ride worthwhile."

Franklin P. Jones

The Black Swan


Black on flat water past the jonquil lawns
Riding, the black swan draws
A private chaos warbling in its wake,
Assuming, like a fourth dimension, splendor
That calls the child with white ideas of swans
Nearer to that green lake
Where every paradox means wonder.

Though the black swan’s arched neck is like
A question-mark on the lake,
The swan outlaws all possible questioning:
A thing in itself, like love, like submarine
Disaster, or the first sound when we wake;
And the swan-song it sings
Is the huge silence of the swan.

Illusion: the black swan knows how to break
Through expectation, beak
Aimed now at its own breast, now at its image,
And move across our lives, if the lake is life,
And by the gentlest turning of its neck
Transform, in time, time’s damage;
To less than a black plume, time’s grief.

Enchanter: the black swan has learned to enter
Sorrow’s lost secret center
Where like a maypole separate tragedies
Are wound about a tower of ribbons, and where
The central hollowness is that pure winter
That does not change but is
Always brilliant ice and air.

Always the black swan moves on the lake; always
The blond child stands to gaze
As the tall emblem pivots and rides out
To the opposite side, always. The child upon
The bank, hands full of difficult marvels, stays
Forever to cry aloud
In anguish: I love the black swan.

James Merrill

Thom Yorke - Black Swan

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

L´Etérnité


Enfin ô bonheur, ô raison, j'écartai du ciel l'azur, qui est du noir, et je vécus, étincelle
d'or de la lumière nature. De joie, je prenais une expression bouffonne et égarée au
possible :

Elle est retrouvée !
Quoi ? l'éternité.
C'est la mer mêlée
Au soleil.

Mon âme éternelle,
Observe ton voeu
Malgré la nuit seule
Et le jour en feu.

Donc tu te dégages
Des humains suffrages,
Des communs élans !...
Tu voles selon...

— Jamais l'espérance.
Pas d'orietur.
Science et patience,
Le supplice est sûr.

Plus de lendemain,
Braises de satin,
Votre ardeur
Est le devoir.

Elle est retrouvée !
— Quoi ? — l'Éternité.
C'est la mer mêlée
Au soleil.

Rimbaud - 1874 - "Une Saison en Enfer"

György Ligeti - Poème Symphonique

L' Éternité


Elle est retrouvée.
Quoi ? - L'Éternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.

Âme sentinelle,
Murmurons l'aveu
De la nuit si nulle
Et du jour en feu.

Des humains suffrages,
Des communs élans
Là tu te dégages
Et voles selon.

Puisque de vous seules,
Braises de satin,
Le Devoir s'exhale
Sans qu'on dise : enfin.

Là pas d'espérance,
Nul orietur.
Science avec patience,
Le supplice est sûr.

Elle est retrouvée.
Quoi ? - L'Éternité.
C'est la mer allée
Avec le soleil.

Rimbaud -1872- "Vers Nouveaux"

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

System of a Down - Lonely Day

it was just a little while go


almost dawn
blackbirds on the telephone wire
waiting
as I eat yesterday's
forgotten sandwich
at 6 a.m.
an a quiet Sunday morning.

one shoe in the corner
standing upright
the other laying on it's
side.

yes, some lives were made to be
wasted.

Charles Bukowski

Terapia da Fala



tem que marcar consulta em Leça rapidamente, o leãozinho...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Time Long Past

Like the ghost of a dear friend dead
Is Time long past.
A tone which is now forever fled,
A hope which is now forever past,
A love so sweet it could not last,
Was Time long past.

There were sweet dreams in the night
Of Time long past:
And, was it sadness or delight,
Each day a shadow onward cast
Which made us wish it yet might last--
That Time long past.

There is regret, almost remorse,
For Time long past.
'Tis like a child's belovèd corse
A father watches, till at last
Beauty is like remembrance, cast
From Time long past.

Percy Bysshe Shelley

Used to Be - Violent Femmes

terça-feira, 1 de dezembro de 2009