segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Absence
Ce n'est pas dans le moment
où tu pars que tu me quittes.
Laisse-moi, va, ma petite,
il est tard, sauve-toi vite!
Plus encor que tes visites
j'aime leurs prolongements.
Tu m'es plus présente, absente.
Tu me parles. Je te vois.
Moins proche, plus attachante,
moins vivante, plus touchante,
tu me hantes, tu m'enchantes!
Je n'ai plus besoin de toi.
Mais déjà pâle, irréelle,
trouble, hésitante, infidèle,
tu te dissous dans le temps.
Insaisissable, rebelle,
tu m'échappes, je t'appelle.
Tu me manques, je t'attends!
Paul Geraldy
domingo, 30 de agosto de 2009
On Being Asked for a War Poem
Kill Adolf
Como fã de Tarantino, e tendo visto todos os seus filmes até à data,não estava propriamente à espera de um filme épico sobre a 2ª. GG - antecipava um "Dirty Dozen", versão "on acid"...
Mas também não esperava um tamanho exercício de sequências sádicas, levando o grafismo desnecessário - leia-se crueza repelente - aos últimos limites. Ao longo do filme, estava sempre à espera do momento de entrada em cena de Itchy e Scratchy, de preferência equipados com moto-serras - por uma questão de coerência, note-se. A violência exibida é tamanha que apenas se não pode apelidar de gratuita porque o bilhete custou uns euritos...
Como sempre, e felizmente, a jurisprudência divide-se; há quem ache o máximo, e quem ache o mínimo.
Incluo-me no segundo grupo: em meu modesto entender, o argumento é absolutamente tonto, de uma estupidez e incoerência que roçam o penoso - e que azar para o penoso...!
Brad Pitt, publicitado como a vedeta, compõe um desassombrado e belicoso hillbilly, o Tenente Aldo Raine, mas o seu papel não chega a ganhar densidade - nem, na verdade, tempo de antena suficiente - para justificar o galardão de herói do filme.
O seu esforço não merece mais do que uma nota de rodapé na sua vasta e até aqui interessante carreira.
O mesmo se diga relativamente às demais representações - de um elenco de luxo - que vão do sensaborão ao cabotino, passando pelo burlesco... de facto, as poses que convêm a esta sanguinolenta e brutal palhaçada. E há que merecer o cachet...
Desgraça total? Não.
Entre outras, são estas as pérolas no pântano deste estranho objecto: os cenários, fardamentos e armamentos, os belos olhos de Melanie Laurent; os inesperados "cameos", quer na tela, quer em "voice-over" (que não vou denunciar para não estragar as magras surpresas agradáveis) e, justificando o preço do bilhete, a soberba interpretação de Christoph Waltz, encarnando o "trés charmant", poliglota, cínico, arguto e em última análise homicida compulsivo e doido varrido Standartenführer Hans Landa - afinal, o (anti) herói da história.
Não deixem de perder.... no cinema.
A minha sugestão seria: esperar pelo dvd e ver em companhia bem disposta.
Mas também não esperava um tamanho exercício de sequências sádicas, levando o grafismo desnecessário - leia-se crueza repelente - aos últimos limites. Ao longo do filme, estava sempre à espera do momento de entrada em cena de Itchy e Scratchy, de preferência equipados com moto-serras - por uma questão de coerência, note-se. A violência exibida é tamanha que apenas se não pode apelidar de gratuita porque o bilhete custou uns euritos...
Como sempre, e felizmente, a jurisprudência divide-se; há quem ache o máximo, e quem ache o mínimo.
Incluo-me no segundo grupo: em meu modesto entender, o argumento é absolutamente tonto, de uma estupidez e incoerência que roçam o penoso - e que azar para o penoso...!
Brad Pitt, publicitado como a vedeta, compõe um desassombrado e belicoso hillbilly, o Tenente Aldo Raine, mas o seu papel não chega a ganhar densidade - nem, na verdade, tempo de antena suficiente - para justificar o galardão de herói do filme.
O seu esforço não merece mais do que uma nota de rodapé na sua vasta e até aqui interessante carreira.
O mesmo se diga relativamente às demais representações - de um elenco de luxo - que vão do sensaborão ao cabotino, passando pelo burlesco... de facto, as poses que convêm a esta sanguinolenta e brutal palhaçada. E há que merecer o cachet...
Desgraça total? Não.
Entre outras, são estas as pérolas no pântano deste estranho objecto: os cenários, fardamentos e armamentos, os belos olhos de Melanie Laurent; os inesperados "cameos", quer na tela, quer em "voice-over" (que não vou denunciar para não estragar as magras surpresas agradáveis) e, justificando o preço do bilhete, a soberba interpretação de Christoph Waltz, encarnando o "trés charmant", poliglota, cínico, arguto e em última análise homicida compulsivo e doido varrido Standartenführer Hans Landa - afinal, o (anti) herói da história.
Não deixem de perder.... no cinema.
A minha sugestão seria: esperar pelo dvd e ver em companhia bem disposta.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Come As You Are
VI
Come as you are, tarry not over your toilet.
If your braiding has come loose, if the parting of your hair be not straight, if the ribbons of your bodice be not fastened, do not mind.
Come as you are, tarry not over your toilet.
Come with quick steps over the grass.
If your feet are pale with the dew, if your anklets slacken, if pearls drop out of your chain, do not mind.
Come with quick steps over the grass.
Do you see the clouds wrapping the sky?
Flocks of cranes fly up from the further riverbank and fitful gusts of wind rush over the heath.
The anxious cattle run to their stalls in the village.
Do you see the clouds wrapping the sky?
In vain you light your toilet lamp; it flickers and goes out in the wind.
Surely, who would know that with lamp-black your eyelids are not touched? For your eyes are darker than rain clouds.
In vain you light your toilet lamp; it goes out.
Come as you are, tarry not over your toilet.
If the wreath is not woven, who cares? If the wrist-chain has not been tied, leave it by.
The sky is overcast with clouds; it is late.
Come as you are, tarry not over your toilet.
Rabindranath Tagore
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
A Verdade
A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade
The Ugly Truth
domingo, 16 de agosto de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
The Fascination of What's Difficult
The fascination of what's difficult
Has dried the sap out of my veins, and rent
Spontaneous joy and natural content
Out of my heart. There's something ails our colt
That must, as if it had not holy blood
Nor on Olympus leaped from cloud to cloud,
Shiver under the lash, strain, sweat and jolt
As though it dragged road metal. My curse on plays
That have to be set up in fifty ways,
On the day's war with every knave and dolt,
Theatre business, management of men.
I swear before the dawn comes round again
I'll find the stable and pull out the bolt.
William Butler Yeats
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Viagem
É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...
Miguel Torga
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