domingo, 30 de agosto de 2009

Kill Adolf


Como fã de Tarantino, e tendo visto todos os seus filmes até à data,não estava propriamente à espera de um filme épico sobre a 2ª. GG - antecipava um "Dirty Dozen", versão "on acid"...
Mas também não esperava um tamanho exercício de sequências sádicas, levando o grafismo desnecessário - leia-se crueza repelente - aos últimos limites. Ao longo do filme, estava sempre à espera do momento de entrada em cena de Itchy e Scratchy, de preferência equipados com moto-serras - por uma questão de coerência, note-se. A violência exibida é tamanha que apenas se não pode apelidar de gratuita porque o bilhete custou uns euritos...

Como sempre, e felizmente, a jurisprudência divide-se; há quem ache o máximo, e quem ache o mínimo.
Incluo-me no segundo grupo: em meu modesto entender, o argumento é absolutamente tonto, de uma estupidez e incoerência que roçam o penoso - e que azar para o penoso...!

Brad Pitt, publicitado como a vedeta, compõe um desassombrado e belicoso hillbilly, o Tenente Aldo Raine, mas o seu papel não chega a ganhar densidade - nem, na verdade, tempo de antena suficiente - para justificar o galardão de herói do filme.
O seu esforço não merece mais do que uma nota de rodapé na sua vasta e até aqui interessante carreira.
O mesmo se diga relativamente às demais representações - de um elenco de luxo - que vão do sensaborão ao cabotino, passando pelo burlesco... de facto, as poses que convêm a esta sanguinolenta e brutal palhaçada. E há que merecer o cachet...

Desgraça total? Não.

Entre outras, são estas as pérolas no pântano deste estranho objecto: os cenários, fardamentos e armamentos, os belos olhos de Melanie Laurent; os inesperados "cameos", quer na tela, quer em "voice-over" (que não vou denunciar para não estragar as magras surpresas agradáveis) e, justificando o preço do bilhete, a soberba interpretação de Christoph Waltz, encarnando o "trés charmant", poliglota, cínico, arguto e em última análise homicida compulsivo e doido varrido Standartenführer Hans Landa - afinal, o (anti) herói da história.

Não deixem de perder.... no cinema.
A minha sugestão seria: esperar pelo dvd e ver em companhia bem disposta.

1 comentário:

Unknown Soldier disse...

Touché !!!

Assino por baixo.