Durmo ou não? Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não
Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.
Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Desperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem… Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?
Fernando Pessoa
1 comentário:
Tremendo... absolutamente arrasador!!
Belíssimo post!
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