domingo, 26 de abril de 2009

A Nun`Álvares






Grande Condestabre,
alma pura e bela,
vós, que nos salvastes
do Leão de Castela,
recebei as graças
e mais as mercês
de quem ama a Pátria
e é Português!

Em Aljubarrota,
num dia de glória
salvais nossa Pátria,
ganhando a vitória.
Belo cavaleiro,
alma pura e bela,
assim nos livrastes
do Leão de Castela.

Fostes bom e forte,
e em vossa alma havia
heróica bondade,
clara simpatia.
Vossas arcas tinham
o pão para dar
a quem o não tinha
para seu manjar.

Depois do velhinho,
os vossos amigos
eram só os pobres
e mai-los mendigos:
a sopa lhes dáveis,
fazendo-lhes bem,
e eles cantavam
como nós também.

Grande Condestabre,
alma pura e bela,
vós, que nos salvastes
do Leão de Castela,
recebei as graças
e mais as mercês
de quem ama a Pátria
e é Português!

Afonso Lopes Vieira

1 comentário:

Ana disse...

Nun'Álvares

(...)
Mais difícil era a empresa
Que a seguir comecei:
Já sem cota de malha, combater
Por outro Reino e por outro Rei!

Miguel Torga, in "Poesia Completa" Volume II