segunda-feira, 20 de abril de 2009

Variações Sobre Um Prólogo


III


Nos longes da infância paro;
há uma inscrição sobre o muro:
Frauta clara, arroio escuro,
Frauta escura, arroio claro.

E esse cavalo capenga?
E esse espelho espedaçado?
E a cabra? E o velho soldado?
E essa casa solarenga?

Tudo volta do monturo
da memória em rebuliço.
Mas tudo volta tão puro!...

E, mais puro que tudo isso,
essa anárquica inscrição
feita no muro a carvão.

São temas recomeçados
na minha vária canção.


Luiz Bacellar

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