quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Meninos da Sétima Rua
















Tenho saudades do que é breve
e vai para além dos barcos.
Esvai com a alvorada.

Saudades do menino cálido,
que se perdeu nos campos
entre o cais e o beco
e a tenra ilusão dos fósseis.

Saudades daquele menino:
amante das ruas,
andarilho das tardes.
O meu menino.
Eu mesmo.

Rudinei Borges

1 comentário:

Unknown Soldier disse...

A Eterna Criança

"Com a força do seu olhar intelectual e da sua penetração espiritual cresce a distância e, de certo modo, o espaço que circunda o homem: o seu mundo torna-se mais profundo, avistam-se continuamente estrelas novas, imagens novas e novos enigmas. Talvez tudo aquilo em que o olhar do espírito exercitou a sua sagacidade e profundeza tenha sido apenas um pretexto para este exercício, um jogo e uma criancice e infantilidade. E talvez um dia os conceitos mais solenes, os que provocaram maiores lutas e maiores sofrimentos, os conceitos de "Deus" e do "pecado", não signifiquem, para nós, mais do que um brinquedo e um desporto de criança significam para um velho, - e talvez o "velho homem" tenha, então, necessidade de um outro brinquedo ainda e de um outro desgosto, - por continuar a ser muito criança, eterna criança!"

Friedrich Nietzsche in "Para Além de Bem e Mal"