Das que vejo
non desejo
outra senhor se vós non,
e desejo
tan sobejo,
mataria um leon,
senhor do meu coraçon:
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
non me meta
en tal coita voss'amor!
non desejo
outra senhor se vós non,
e desejo
tan sobejo,
mataria um leon,
senhor do meu coraçon:
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
non me meta
en tal coita voss'amor!
João de Lobeira
(c. 1270–1330)
(c. 1270–1330)
1 comentário:
Pede o desejo, Dama, que vos veja:
Não entende o que pede; está enganado.
É este amor tão fino e tão delgado,
Que quem o tem não sabe o que deseja.
Não há cousa, a qual natural seja,
Que não queira perpétuo o seu estado.
Não quer logo o desejo o desejado,
Só por que nunca falte onde sobeja.
Mas este puro afecto em mim se dana:
Que, como a grave pedra tem por arte
O centro desejar da natureza,
Assim meu pensamento, pela parte
Que vai tomar de mim, terrestre e humana,
Foi, Senhora, pedir esta baixeza.
Luís Vaz de Camões
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