terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mediadora do Mutismo


Onde não começa o sopro
no côncavo da língua muda
o peso da sombra entre ruínas,
falha que nunca coincide.

Silêncio do incontível, como
recusar a veemência
desta cegueira? Antes da fuga
Das formas, no sem fundo

Inabitável. Artérias vivas,
estrelas, relâmpagos,
jorrarão da obscuridade vermelha?
E as palavras serão o espaço

Do grito,
o espaço de nada, o espaço
do espaço,
a obscura dor da terra?


António Ramos Rosa

1 comentário:

Anónimo disse...

Dois belíssimos poemas...
Magnificamente ilustrados!!

ABSOLUTAMENTE SUBLIME!!!