quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Soneto de Mar e vôo quase pássaro


Possuis provavelmente repetido
da ave o vôo nas mãos e nos cabelos;
nos teus lábios maduros e vermelhos
há certamente um pássaro ferido

que se refaz, de vôo prometido;
são de asas silenciosas teus artelhos:
e há também um mar que em teus joelhos
repousa, um mar na cor do teu vestido

transparente, finíssimo, de gaze,
quase desfeito ao vento, voando quase:
um mar pousado em ti, calado e breve.

Digo eu que sei que me perdi no mar
que em ti descansa e que aprendi a voar
sem consequências com teu corpo leve.



Gonzaga Leão

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