terça-feira, 5 de junho de 2007

Da Poesia Que Posso


Há uma certa maré nas coisas humanas
Espero pelo Verão como por outra vida
no Inverno é que o Verão existe verdadeiramente
É o dia em que segundo alguns jornais
John Hoare e David Johnstone iniciam
a travessia do Atlântico num barco a remos
É o dia das grandes travessias
o mar a vida isso que importa?
Dios qué bueno es el gozo por aquesta mañana
aqui na orla da praia mudo e contente do mar
Ao chegar aos cinquenta sessenta anos
Quando os fizer talvez pense niso
e não agora a tanto tempo de distância
Agora sou do cúmulo da tarde
desta tarde no início do Outono
ou do início desta tarde de Outono
Só depois é que pergunto que fazer de tudo isto
que torna o Cid meu contemporâneo
Dios qué bueno es el gozo por aquesta
mañana
de um dia em que me achei mais
pachorrento
Manhã ou tarde? Primavera ou Outono?
Não sei pouco me importa
Pouco me importa o quê? Não sei
( o resto vem no Pessoa )

Ruy Belo

1 comentário:

Anónimo disse...

"Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele".

Mário Quintana